Nem todos os pacientes conseguem atingir a remissão após a primeira fase do tratamento, chamada de indução. Isso é chamado de falha da indução de remissão e representa um desafio para os médicos e para os pacientes.
Continue a leitura deste artigo para compreender o que significa a Falha da Indução para seu prognóstico, porque ela pode acontecer e o que podemos fazer neste caso.
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O que Significa Falha da Indução
A indução de remissão é um dos objetivos principais do tratamento de algumas doenças hematológicas malignas. Remissão significa que não há evidências de células cancerosas no sangue ou na medula óssea após um ciclo de quimioterapia intensiva, como um indicador de que o tratamento está sendo eficaz.
Temos um artigo completo sobre a Terapia de Indução da Remissão, que você pode conferir neste link: “O que é Terapia de Indução da Remissão?“.
Os pacientes devem ser avaliados antes de cada ciclo de tratamento para determinar como a doença está respondendo à terapia e para avaliar possíveis complicações relacionadas ao tratamento e à doença.
O câncer está em remissão quando, após o tratamento, nenhuma célula neoplásica pode ser detectada. O termo “cura” pode ser usado apenas em retrospectiva. Geralmente, anos após o câncer entrar em remissão, se não retornar (ou recidivar), diz-se que foi curado.
Com base nessas informações, consideramos que houve falha da indução quando os objetivos desta etapa do tratamento não foram alcançados.
Porque Pode Acontecer
A falha da indução pode ocorrer por vários motivos, como:
- Resistência das células neoplásicas aos medicamentos usados na quimioterapia;
- Presença de mutações genéticas nas células neoplásicas que conferem maior agressividade e capacidade de sobrevivência;
- Toxicidade da quimioterapia para as células normais do organismo, que pode limitar a dose e a duração do tratamento;
- Ocorrência de complicações infecciosas ou hemorrágicas durante o tratamento, que podem exigir interrupções ou reduções da quimioterapia.
A principal causa de falha do tratamento é a recaída, para a qual vários fatores de risco foram identificados, sendo a terapia inadequada um dos mais importantes.
Pacientes com falha na indução também apresentam, frequentemente, características de alto risco, incluindo idade avançada, alta contagem de leucócitos, entre outros fatores.
Como Agir Diante de uma Falha de Indução
Quando a falha da indução é identificada, é preciso avaliar as possíveis causas e as opções terapêuticas disponíveis. Algumas das alternativas são:
- Mudar o esquema de quimioterapia para outro mais potente ou com diferentes mecanismos de ação;
- Usar medicamentos alvo-específicos, que atuam sobre as alterações moleculares das células neoplásicas;
- Verificar a possibilidade de um transplante de medula óssea (substituição das células doentes por células saudáveis de um doador compatível);
- Participar de ensaios clínicos, que testam novas drogas ou combinações de tratamento.
Para escolher qual será a melhor estratégia para um paciente em específico, avaliamos diversos fatores, como:
- Tipo e subtipo do câncer;
- Perfil genético das células neoplásicas;
- Idade e estado geral do paciente;
- Disponibilidade de um doador para o transplante;
- Possíveis efeitos colaterais dos tratamentos.
A falha da indução de remissão é uma situação grave, que reduz as chances de cura e aumenta o risco de morte. Por isso, é fundamental que o paciente seja acompanhado de perto por uma equipe multidisciplinar especializada em hematologia, que possa oferecer o melhor suporte clínico e emocional.
Além disso, é importante que o paciente conheça os seus direitos e as possibilidades de acesso aos tratamentos mais adequados para o seu caso.