A Insuficiência Renal no Mieloma Múltiplo é uma complicação muito comum. O mieloma múltiplo é um tipo de câncer no sangue que afeta as células plasmáticas: células imunes que produzem proteínas especiais, como os anticorpos, para combater as doenças.
Pacientes com mieloma múltiplo possuem células plasmáticas anormais, que em vez de produzir anticorpos normais produzem muito de um determinado tipo de proteína. Assim, seus níveis no sangue tornam-se mais altos que o normal, causando diversos tipos de complicações por todo o corpo, como: doença óssea, anemia, insuficiência renal, aumento do risco de infecção e altos níveis de cálcio.
Este artigo demonstra com mais detalhes a insuficiência renal que pode acontecer em pacientes com mieloma múltiplo.
Conteúdo do Artigo
Compreenda a Insuficiência Renal no Mieloma Múltiplo
A insuficiência renal é uma complicação comum do mieloma múltiplo. Quando diagnosticado pela primeira vez, até 20-40% dos pacientes com mieloma múltiplo terão algum grau de insuficiência renal. O mieloma múltiplo pode afetar os rins de várias maneiras. Pode afetar a filtragem do sangue, os túbulos renais ou o próprio tecido do rim.
Os túbulos renais são os canais pelos quais o sangue filtrado finalmente se torna urina e sai do corpo como resíduo. O rim tem muitos filtros, que chamamos de glomérulos. O sangue passa pelos glomérulos e depois entra nos túbulos.
As proteínas anormais produzidas pelas células plasmáticas em pacientes com mieloma múltiplo flutuam na corrente sanguínea. Quando o sangue passa pelos filtros nos rins, as proteínas anormais do mieloma viajam por meio dos túbulos e podem se juntar a outro tipo de proteína normalmente presente na urina, tornando-se uma molécula muito grande, que bloqueia os túbulos no interior do rim e levam a danos.
Além de bloqueios, esses cilindros causam uma reação inflamatória no tecido do rim em torno deles. Quando a insuficiência renal ocorre devido a esses bloqueios, chamamos isso de nefropatia ou mieloma renal.
Os túbulos do rim também podem ser danificados simplesmente devido aos efeitos tóxicos dessas proteínas filtradas. Isso pode levar a uma função renal anormal.
Causas e Sintomas
Nem todos os pacientes com mieloma múltiplo irão desenvolver mieloma renal. Geralmente cerca de 30-50% dos pacientes desenvolvem esse problema. Há fatores que podem aumentar a probabilidade de um paciente com mieloma múltiplo desenvolver mieloma renal.
A desidratação, a terapia com furosemida, os altos níveis sanguíneos de cálcio e os altos níveis de sódio na urina podem levar a um aumento na formação desses bloqueios renais. As pessoas que desenvolvem doença renal avançada terão sintomas relacionados à insuficiência renal, incluindo náusea, coceira, confusão e fadiga.
Diagnóstico
Todos os pacientes devem realizar os seguintes testes de função renal no momento do diagnóstico e no momento da avaliação da doença:
- Creatinina sérica;
- Eletrólitos;
- Eletroforese de proteínas na urina de uma amostra por coleta de urina de 24 horas;
- Ensaio de cadeia leve livre de soro.
Além disso, existem outros testes que precisam ser realizados para um diagnóstico adequado. Esses incluem raios-x dos ossos e uma biópsia da medula óssea.
Os exames de sangue e testes de urina podem detectar as proteínas anormais que são feitas pelas células plasmáticas. As radiografias dos ossos procuram por lesões nos ossos causadas pelo mieloma múltiplo. A biópsia da medula óssea irá encontrar as células plasmáticas anormais no interior dos ossos.
Tratamento
O tratamento da doença renal associada ao mieloma múltiplo depende do tratamento do mieloma em si. Pacientes com mieloma múltiplo são tratados com quimioterapia e / ou transplante de medula óssea. O transplante de medula óssea é apenas para pacientes que têm boa mobilidade e função e não apresentam doença renal, hepática ou cardíaca grave.
A quimioterapia pode ajudar a reduzir a produção de proteínas anormais pelas células plasmáticas, o que é muito importante para pacientes com mieloma renal. Ao reduzir as proteínas anormais no sangue, o rim terá a chance de se recuperar. Além da quimioterapia para tratar o mieloma múltiplo, existem algumas outras coisas que podem ajudar no tratamento:
- Manter-se hidratado, porque a desidratação pode levar à formação de mais bloqueios renais. Portanto, é recomendado beber 2-3L de água por dia.
- Evitar AINEs (como o ibuprofeno) e diuréticos (como a furosemida), porque esses medicamentos causam mais formação de bloqueios.
- Tratar os níveis elevados de cálcio no sangue, para este não seja filtrado pelo rim e piore a formação do bloqueios.
Prognóstico
O prognóstico depende em grande parte se (e quanto) o rim foi afetado. Pacientes com disfunção renal terão uma sobrevida média de 20 meses (pouco menos de 2 anos). Aqueles pacientes sem disfunção renal terão uma sobrevida média de 40 meses (entre 3 e 4 anos).
Entre todos os pacientes, a resposta à quimioterapia também é muito importante. Pacientes cuja função renal melhora com a quimioterapia têm uma sobrevida média de 3 anos. Aqueles pacientes cuja função renal não melhora com a quimioterapia viverão apenas uma média de 10 meses.
Mas é importante ter em mente que um prognóstico é uma estimativa. Ninguém pode ter certeza absoluta de como a doença pode evoluir no seu caso específico. Assim, realize seu tratamento conforme indicado, siga as recomendações do seu médico e procure se concentrar na melhora da sua condição, em vez de informações prognósticas gerais.
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Artigo Publicado em: 11 de out de 2019 e Atualizado em: 19 de jan de 2024