A leucemia mieloide crônica é um distúrbio mieloproliferativo caracterizado pelo aumento da proliferação das células que produzem glóbulos vermelhos, plaquetas e a maioria dos tipos de glóbulos brancos sem a perda de sua capacidade de diferenciação. É responsável por 20% de todas as leucemias que afetam adultos.
Continue a leitura e saiba mais sobre as características deste tipo de leucemia.
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A Leucemia Mieloide Crônica
Na leucemia mieloide crônica, uma alteração genética ocorre em uma versão imatura de células mieloides – a linhagem celular que dá origem a glóbulos vermelhos, plaquetas e a maioria dos tipos de glóbulos brancos, exceto linfócitos.
Esta alteração citogenética consiste em uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomos 22 e 9. A translocação resulta em um cromossomo 22 encurtado, uma observação denominada cromossomo Filadélfia (Ph1) devido a cidade em que houve sua descoberta.
Essa mudança forma um gene anormal, fazendo com que as células da leucemia crescem e se dividam, acumulando-se na medula óssea e transbordando para o sangue. Com o tempo, as células também podem se instalar em outras partes do corpo, incluindo o baço.
Este tipo de leucemia é de crescimento razoavelmente lento, mas pode se transformar em uma leucemia aguda de crescimento rápido, consequentemente será mais difícil de tratar.
Leucemia Mieloide Crônica – Sinais e Sintomas
As manifestações clínicas da leucemia mieloide crônica podem ser diferentes à medida que a doença progride através de suas fases. Tipicamente, a doença tem três fases clínicas: uma fase crônica inicial, durante a qual o processo da doença é facilmente controlado; depois um curso transitório e instável (fase acelerada); e, finalmente, um curso mais agressivo (crise de explosão), que geralmente é fatal.
Sinais e Sintomas na Fase Crônica
- Fadiga, perda de peso, perda de energia, diminuição da tolerância ao exercício;
- Febre de baixo grau e transpiração excessiva por hipermetabolismo;
- Contagem de glóbulos brancos elevada ou aumento do baço na avaliação de rotina;
- Saciedade precoce e diminuição da ingestão de alimentos pela invasão do estômago pelo baço aumentado;
- Dor abdominal no quadrante superior esquerdo do baço;
- Aumento do fígado.
Sinais e Sintomas da Doença Progressiva
- Sangramento, petéquias e equimoses;
- Dor óssea e febre;
- Aumento da anemia, trombocitopenia, basofilia e aumento rápido do baço.
Leucemia Mieloide Crônica – Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da leucemia mieloide crônica é baseado nos achados histopatológicos no sangue periférico e no cromossomo Filadélfia em células da medula óssea. Dessa forma, exames como Hemograma completo com diferencial, Esfregaço de sangue periférico e Biópsia da medula óssea são fundamentais nesse processo.
Nos países ocidentais, 90% dos pacientes são diagnosticados na fase crônica. A contagem de glóbulos brancos desses pacientes é geralmente controlada com medicação. O principal objetivo do tratamento durante esta fase é controlar os sintomas e as complicações resultantes de anemia, trombocitopenia, leucocitose e esplenomegalia.
A fase crônica varia em duração, dependendo da terapia de manutenção utilizada: geralmente dura de 2 a 3 anos, mas pode durar mais de 9 anos em pacientes que respondem bem à terapia.
Os objetivos do tratamento mudaram acentuadamente nos últimos 10 anos, tendo atualmente como consenso os seguintes:
- Remissão hematológica (hemograma completo normal, assim como exame físico;
- Remissão citogenética (o cromossomo normal retorna com 0% de células positivas para o cromossomo Filadélfia);
- Remissão molecular, confirmada por teste de reação em cadeia da polimerase negativa (PCR), que representa uma tentativa de cura e prolongamento da sobrevida do paciente.
Para a maioria dos doentes com leucemia mieloide crônica em fase crônica, espera-se que a sobrevivência média se aproxime da esperança de vida normal.